Estrelada por João Guilherme (“De Volta aos 15”) e Gabz (“Malhação”), “Da Ponte Pra Lá” estreia os primeiros três episódios na Max (antigo HBO Max), nesta quinta-feira (4). O foco da produção será retratar a morte de um jovem, mostrando o contraste entre a elite e a periferia na cidade de São Paulo.
Criada porThais Falcãoe Erick Andrade e dirigida por Rodrigo Monte, “Da Ponte Pra Lá” terá a história centrada em dois extremos. De um lado, São Paulo como a 10ª cidade mais rica do mundo e principal polo financeiro da América Latina. Do outro, uma cidade que carrega condições e expectativas de vida equivalentes à de muitos países listados entre os mais pobres do planeta.
Neste paralelo sobre diferenças sociais e culturais dos jovens da periferia e do centro das grandes cidades, a série falará sobre paixão, amizade e luto, ainda envoltos em um grande mistério: quem matou Ícaro (Victor Liam)?
Do amor à violência, do sexo às drogas, das angústias a novos caminhos, o drama abarca diferentes feridas de uma sociedade desigual e, por meio da juventude, fala sobre justiça, amor, amizade e a busca por um lugar ao sol.
Em conversa com a CNN, João Guilherme, Gabz e Victor Liam falaram sobre a “seriedade” e “maturidade” de suas atuações e como a série promete trazer grande foco para a representatividade, enaltecendo novas versões deles mesmos e “um dos trabalhos mais profundos” que fizeram.
Novas e inéditas versões dos atores
O projeto marca um passo mais profundo nas atuações de João Guilherme e Gabz.
“É uma tamanha ansiedade para ver esse trabalho no ar, e ver como as pessoas vão receber essas novas versões de nós. É uma nova versão de mim, do nosso trabalho, que as pessoas ainda não experimentaram”, diz João Guilherme.
“É uma mudança de fase, que marca uma seriedade no nosso trabalho, é uma mudança muito grande até na nossa atuação. É um amadurecimento, muito bom fazer um parte de um projeto assim, maduro, com tantas camadas e tantas mensagens e denúncias sobre a sociedade”, reflete Gabz.
Já Victor Liam, faz sua estreia na atuação com a produção da Max.
“Estou com uma expectativa enorme, porque é meu primeiro trabalho. Foi uma experiência nova e incrível. O elenco todo me ajudando sempre que eu precisava, me dando força para entender certos lugares. Eu entendi os lugares onde eu poderia chegar, até onde eu posso ir, o que eu podia pegar para mim dos atores. Foi muito divertido”, afirma o novo astro.
Representatividade em foco e com o intuito de “mudar vidas”
Com a proposta de ser uma série com adolescentes, mas não só feita para adolescentes, “Da Ponte Pra Lá” traz consigo muita representatividade ao escalar – e dar foco – a protagonistas pretos e um homem trans, com Victor Liam, e assuntos geralmente considerados tabus.
“Eu acho que eu tive a oportunidade de contar uma história que eu sempre quis contar, que é da periferia, do movimento hip hop, com muitas camadas e sem ser uma coisa superficial. Foi um dos trabalhos mais profundos que eu tive a oportunidade de fazer, que retrata assuntos que geralmente são considerados Tabu”, começa Gabz.
“A minha personagem, por exemplo, é uma personagem sexualmente muito livre, uma menina muito segura de si. É uma perspectiva muito diferente, já que estou retratando a juventude de uma menina negra, né? Eu fico imaginando a jovenzinhas pretinhas vendo a Malu, que é simplesmente uma garota que é desejada, amada, que corre atrás do que ela quer, tem voz ativa e sonhos”, complementa a atriz.
“Tem que ter jovens pretos no audiovisual. Temos que ter pessoas trans no audiovisual. Temos que ter toda a comunidade nisso, essa série está vindo para literalmente falar ‘pô, vamos falar sobre a realidade do Brasil. A periferia está assim, vivemos isso, a juventude preta sofre isso, as pessoas têm que lidar com muito peso na periferia’, essa é a verdade. Não precisa ser romantizado. E acho que ‘Da Ponte Pra Lá’ faz um ótimo trabalho sobre isso”, ressalta Victor.
“É o que é o Brasil, não é diferente disso fora, o país não é mono identitário, não é isso que a gente vive nas ruas de São Paulo, Eu vejo o áudiovisual com um papel muito determinante dentro da democracia, porque não adianta só a gente ter legislações contra a discriminação se a gente não tem mudanças culturais, e a arte ela é uma grande arma para isso, para a gente poder culturalmente se enxergar”, acrescenta Gabz.
“Eu espero de verdade que a galera curta, que a galera sorria e chore, vão chorar muito! Que muita gente veja essa história que precisa tanto ser contada”, finaliza a protagonista.
Durante as próximas duas semanas, a Max lançará, ainda, mais dois episódios.